Uma borboleta começa com a lagarta, começa com
ovo, come vorazmente e solta sua pele, protegendo-se em uma crisálida. A
crisálida é um casulo protetor onde a lagarta se torna uma borboleta.
No momento em que a borboleta emerge, ou eclode,
ela não se parece em nada com o animal que formou a crisálida. Seu
corpo possui as mesmas partes básicas: uma cabeça, um tórax e um
abdômen. Mas a maioria das semelhanças termina aí.
Anatomia da borboleta.
Além da probóscida, um tubo comprido parecido com
um canudo de beber, muitos dos órgãos sensoriais de uma borboleta estão
localizados na cabeça. São eles:
olhos complexos, que são bons para detectar cores e movimentos próximos;
antena móvel e segmentada, que possui órgãos
nas pontas para a detecção de odores e estruturas para sentir a direção
da borboleta e a posição na base;
palpos labiais na base da boca, que ajudam a borboleta a decidir o que é ou não alimento.
Nem todos os órgãos sensoriais de uma borboleta, no entanto, estão
localizados na cabeça. Na extremidade de cada uma das seis pernas, todas
elas anexadas ao tórax, existem órgãos que a borboleta usa para
encontrar alimento. Quando a perna do inseto toca uma boa fonte de
alimento, um reflexo faz a probóscida se desenrolar. Isso permite que
ela capture e engula a comida, que é digerida no abdômen (local onde
estão localizados também os órgãos reprodutores).
Os recursos anatômicos mais dramáticos da borboleta, porém, são
suas asas. Elas são feitas de um material extremamente fino e
transparente chamado quitina, esticado sobre uma série de estruturas parecidas com veias. As asas dianteiras estão mais próximas da cabeça da borboleta e são triangulares. Já as asas traseiras se localizam perto da cauda e possuem um formato de leque ou concha do mar.
As cores e os padrões vêm das camadas de minúsculas escamas,
que, em princípio podem ser comparadas com as escamas dos peixes. Mas,
na verdade, são estruturadas que se parecem mais com minúsculos e curtos
fios de cabelo. Essas escamas protegem as asas e fornecem aquecimento.
Geralmente, as que ficam na parte de cima das asas da borboleta têm
cores vivas, enquanto que as da parte de baixo possuem padrões de camuflagem.
No início, as asas são molhadas e enrugadas. A borboleta precisa
esticá-las e secá-las assim que emerge da crisálida. Para fazer isso,
ela usa o corpo como uma bomba e força seus fluídos através de uma série
de veias tubulares. É como encher um balão: enquanto as veias se enchem
de líquido, elas vagarosamente esticam a superfície das asas.
Isso é apenas uma das coisas que a borboleta precisa fazer assim que
emerge para se preparar para uma vida repleta de vôos. Ela também tem
que se livrar do lixo produzido durante a transformação e dos restos de
sua última refeição como lagarta. Esse lixo é conhecido como mecônio
e tem uma cor vermelha intensa, como sangue. Então, a borboleta
precisar limpar totalmente todos seus órgãos sensoriais para encontrar
alimento. Finalmente, ela terá que colocar a probóscida para trabalhar.
Quando a borboleta emerge, a sua probóscida possui duas partes separadas
que se juntam com pequenos ganchos e franjas. Ela precisa então enrolar
as duas metades da probóscida para criar um tubo de alimentação.
Todo esse trabalho acontece antes da borboleta começar a voar e não
acaba por aí. A seguir, veremos o que é preciso para manter a
movimentação e porque as temperaturas baixas podem paralisar as
borboletas.
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